quinta-feira, 20 de agosto de 2009

(Reportagem - Arquivo)

GREVE CIVIL: SERÁ UM MARCO HISTÓRICO PARA O BRASIL?

Aproximadamente há 60 dias, uma reivindicação vem paralisando a rotina de trabalho dos policiais civis em alguns estados do Brasil.
Essa volta tem como objetivo principal, adquirir do governo do estado, reajuste no piso salarial e de melhores condições de trabalho para os policiais, contendo maiores números de funcionários, veículos necessários para as ocorrências, enfim, algo que simplesmente será em prol a própria população.
O governo do estado se nega a aderir às exigências expedidas pelos policiais, onde eles brigam e alegam que cerca de 14 anos, o aumento compensatório de salário e outros benefícios não são cogitados. Durante os 14 anos passados, os salários estão sendo defasados e corroídos pelo os membros superiores do governo, bem como as datas bases vem sendo desrespeitadas.
Em vários momentos desses 60 dias, os policiais civis se reuniram para juntarem forças e estratégias para que o governo cedesse ao manifesto, porém, nem com o trágico e inesperado conflito com a tropa de choque da polícia militar foi suficiente para que parassem ou desistissem dessa idéia.
A Greve Civil foi iniciada por um comando de greve formado em São Paulo na Associação dos Delegados de Polícia e se alastrou pelo Sindicato de Delegado, pelo Sindicato de Investigadores, Sindicato de Escrivães, Sindicatos de outras categorias existentes na Polícia Civil. Embora essa atitude possa trazer complicações para os representantes e líderes do movimento, todos os PMs concordaram com a iniciativa e foram unânimes em realizá-los, a fim de melhorarem as condições de trabalho para que haja uma motivação maior no campo profissional e na hora de efetuar as tarefas autoritárias e investigativas.
O quadro da Civil é formado por diversificados profissionais, tais como: Delegado de Polícia, Investigadores de Polícia, Escrivães, Agentes Policiais, Carcereiros, Agentes administrativos no caso do DETRAN, Polícia Técnico Científica, Peritos Criminais, Médicos Legistas, Atendente de Necrotério, Auxiliar de Necropsia.
Segundo o Delegado de Polícia de Guararapes, Dr. Marcos Roberto Alves da Costa, “essa manifestação visa melhorar o piso salarial. Os investigadores e Policiais Civis quando ingressam na carreira, recebem em torno de R$ 1200,00 à R$ 1300,00 e um Delegado de Polícia em torno de R$3.500,00 á R$3.600,00 em início de carreira. Nós estamos negociando com o governo, um reajuste acima do que ele está oferecendo, ou seja, que está muito longe do que nós queremos. O governo nos oferece 6,5% agora em Novembro e mais 6,5% em Novembro do ano que vem, além da extinção da quinta e da quarta classe e aposentadoria especial nos 30 anos de contribuição independentemente da idade”.
Para a volta dos 100% de atividade policial, o governo José Serra deverá aceitar as exigências dessas autoridades, estes por sua vez, enfatiza a importância e a necessidade futura de aposentadoria especial, bem como, reajustes imediato de no mínimo 10% para este ano e para o ano que vem. De acordo com informações, os PMs abriram mão dos 37% exigidos que seriam sacados em 13% no ano de 2008, 12% em 2009 e 12% em 2010. Porém, entre reuniões e análises, ficou decidido que com 20% provavelmente existem chances de que a greve venha a terminar.
Para o delegado, “a movimentação civil acabou se tornando um fenômeno surpreendente, a vinculação e a solidariedade das demais instituições de policiais civis, dos outros estados, inclusive da Polícia Federal. No dia 17, as polícias civis de todo o Brasil, cessarão suas atividades por quatro horas, como represália ao PSDB que é o partido do nosso governador, José Serra, a fim de que ele se sensibilize e atenda as reivindicações da categoria”.
Cerca de 30.000 policiais estão envolvidos nessa briga, entretanto, todos estão obedecendo a uma decisão da Justiça do Trabalho, onde determina que 80% das autoridades devam permanecer nas delegacias. Lembrando que todos estão trabalhando sim, mas com uma carga horária reduzida a 30% apenas, e somente em casos extremos e especiais como: flagrantes, homicídios, extorsão mediante o seqüestro, dentre outras categorias que foram diminuídas provisoriamente.
Em virtude de tantos questionamentos das autoridades civis em cima do governo, os mais prejudicados são os munícipes, cujo seu único recurso e refúgio em situações desesperadoras são a polícia, seja ela civil ou militar, porém, na maioria das vezes, a ocorrência sempre a civil que está presente, e, com a greve, possivelmente as responsabilidades destes passam a fazer parte da rotina da Polícia Militar que já tem suas funções determinadas para com o município e ainda sim recebe mais esse trabalho.
Para o estudante do Curso de Publicidade e Propaganda, Bruno Rodrigues Pereira, “os policiais estão usando de sua autoridade para abusar do poder, conseqüentemente prejudicando todo um sistema envolvido. Sem contar que, em caso de perdas de documentos, celulares, aparelhos ou algo que necessite de boletim de ocorrência, a pessoa está completamente enrolada, pois, devido a greve fica impossível o bloqueio e registro pela lei de qualquer coisa”.
Entre declarações, a estudante de Letras Daniele Fernanda dos Santos, diz que a greve deveria ter tomado outro rumo ou ser reivindicada de outra maneira mais sutil e que não prejudicasse tanto assim a população. “O governo está extrapolando, e já poderia sim ter resolvido esta situação, dessa forma, concerteza a população irá ter um pouco mais de tranqüilidade”.
Referente ao conflito ocorrente no mês passado, entre a civil e a militar, foi exatamente por conta de uma determinação do governador. Num determinado momento, a tropa de choque da Polícia Militar se colocasse como um muro diante da civil para evitar a continuidade da passeata dos manifestantes em frente ao palácio do governo. O conflito lamentável causou um total desconforto para todos, sendo que muitos policiais civis foram lesados e feridos naquela ocasião, deixando uma marca na história desse conflito entre a Polícia Civil e a Polícia Militar.
Em Guararapes, vários profissionais se envolveram e presenciaram o conflito que chocou o Brasil, e com isso, também saíram lesionados. Não foi possível o contato direto com um dos investigadores, mas, fontes alegaram que ele se encontra bem, com alguns ferimentos e que futuramente dará declarações sobre o acontecido.
De acordo com o Capitão da 5ª Companhia Militar de Guararapes, Eurico Alves da Costa, essa molibilização por parte da polícia civil não vem prejudicando em nada e nem comprometendo o trabalho militar. “Apesar de efetuarmos vários boletins de ocorrências referente a assuntos civis, isso não nos prejudica e nem nos causa efeito algum. Cada um efetua suas funções da maneira que achar correto, e eu nem meus subordinados nos preocupamos com nossas tarefas, afinal, estão sendo efetuadas normalmente e com muito êxito”.
Enfim, pelos termos acima apresentados e apurados, não é possível prever um término ou mudança para reverter essa situação, até porque isso não depende em nada da comunidade mais sim, de um acordo entre ambas as partes GOVERNO X POLÍCIA CIVIL.
Aos que não sabe, o lema usado pela polícia civil está sendo o seguinte: “PSDB: PIOR SALÁRIO DO BRASIL”.

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